Quinze dias, sete anos e alguns minutos - Claudia Camara
Marcadores:
Bom,
Claudia Camara,
editora biruta,
Quinze dias
Lá vamos nós! Esta talvez seja uma das resenhas mais difíceis
que eu já escrevi, não porque o livro é ruim, muito pelo contrário o enredo é
muito interessante, mas a forma como foi escrito é bem esquisito.
O livro conta a história de dois meninos, um brasileiro e um
africano intercambista, que vão passar as férias na Fazenda da Caieira no
interior de Minas Gerais. Esta fazenda guarda muito história da época da
escravidão e dizem por aí que lá foi enterrada a cabeça de Tiradentes. Bruno e
Jeremy estão entediados e aborrecidos por terem que ficar 15 dias numa casa
fria, sem energia elétrica e com pessoas esquisitas, mas algo muda à medida que
eles vão conhecendo as histórias que a casa lhes conta.
O narrador é onipresente então o leitor pode ter uma visão
bem interessante da história e saber bem o que se passa na cabeça de dois
garotos adolescentes. Só que esse “saber bem” em minha opinião passou da conta
e ficou vulgar. Eu sei que garotos com 16 anos pensam muito em sexo, mas eu não
preciso ler coisas como esta:
“Quando rolava uma mãozinha boba nos peitinhos já era material de sobra que garantia uma semana de diversão” pp. 24
Esse foi o primeiro susto que levei no livro. A história
vinha em um ritmo interessante, quando eu li esse pensamento de Bruno e
arregalei os olhos. Não sou careta, mas estamos falando de livro. Livro para
mim é um objeto sagrado. Ouvimos vulgaridades e palavrões o tempo todo. Será
que temos que ler isso também e fazer nossos filhos lerem? Este é um livro
classificado como infanto-juvenil. Então, para mim a autora pecou muito ao
querer colocar palavrões e vulgaridades no livro, como pensamentos e ações dos
meninos. Alguns garotos são deste jeito, só pensam em sexo, mas tem outros que
não são assim. Enfim, me incomodou muito e estragou um pouco a história que é inteligente e aborda assunto históricos de uma forma peculiar.
Um ponto que gostei do livro foi a interação da autora com o
leitor através da notinha de rodapé. Achei isso muito legal e gostei de vê-la
explicando o motivo de inventar algumas palavras e dando uma bronca nos
leitores que não se lembravam do significado da palavra Osmose.
Só teve uma notinha que me segurei para não rir com a
perplexidade. Por favor, me perdoem o palavrão, mas não resisti. Vocês precisam
refletir sobre isso.
"Esperma: No popular, porra mesmo" pp. 90
Aiiiiiiii! Para quê? Sem necessidade. Sério!
A capa é feita só de palavras e com uma foto pequena da
fazenda. Não gostei muito não!
O livro em si é muito interessante e tem umas partes com metáforas
muito bem feitas. Gostei do livro, só que o exagero de palavrão e vulgaridade me
irritaram. Uma pena!
Beijinhos,

